Doença viral rara é transmitida pelo contato próximo com uma pessoa infectada e com lesões de pele

Há um mês, os brasileiros se depararam com o primeiro caso de varíola dos macacos, causada pelo vírus Monkeypox, do gênero Orthopoxvirus e família Poxviridae, no País. Até o momento, foram confirmados 106 casos da doença no Brasil, sendo 75 em São Paulo e 20 no Rio de Janeiro.

Em Minas Gerais, foram três casos da doença. No Ceará, no Paraná e no Rio de Grande do Sul foram dois registros em cada estado. Há também confirmação de infecção pelo vírus no Distrito Federal e no Rio Grande do Norte, com um caso cada. A maior incidência está em países da África, Europa e Estados Unidos.

No entanto, essa informação, não causa nenhum alarme entre os especialistas. “Não vejo como uma emergência de saúde pública porque a transmissão é um pouco mais difícil se comparada com a Covid-19, além disso, a varíola do macaco tende a ser uma doença mais branda”, explica o veterinário infectologista e professor da Faculdade Qualittas, Dr. Harald Brito.

A varíola dos macacos foi descoberta em 1958, e recebeu este nome por ter sido vista pela primeira vez em primatas utilizados em pesquisa. O primeiro registro de caso da doença foi na década de 1970 em humanos, na África. “Em 2003, teve um pequeno surto nos Estados Unidos, onde os reservatórios naturais, roedores importados da África como animais de estimação transmitiram a doença para cães, e esses para os tutores. No Brasil, as pessoas infectadas atualmente são majoritariamente aquelas que estiveram recentemente em viagem no exterior”, diz Harald.

Segundo o especialista, a doença é transmitida por contato com alguém infectado, através de gotículas respiratórias e secreções das feridas cutâneas, sendo que as relações íntimas oferecem maior risco de infecção.

Os sintomas de infecção pelo vírus da varíola do macaco são principalmente as lesões na pele, com pápulas e erupções cutâneas, que progridem para pústulas e se tornam crostosas. Essas lesões geralmente se iniciam próximo da face e se distribuem para outras áreas do corpo, como mãos e pés. “Pessoas infectadas precisam ficar isoladas e em observação”, diz o infectologista.

Ainda não se sabe exatamente como ressurgiu a doença, assim como o animal considerado reservatório natural, aquele que carrega o vírus sem apresentar sintomas clínicos. “Pelo que observamos, no surto atual, a circulação do vírus parece estar relacionada ao deslocamento das pessoas e não de animais”, pontua.

Uma medida para evitar a exposição ao vírus é a higienização das mãos com água e sabão ou álcool gel, e o uso de máscaras faciais, além do isolamento das pessoas infectadas e de seus contactantes.

Mais do que nunca, o médico-veterinário tem papel primordial na orientação da sociedade sobre os aspectos relacionados à Saúde Única, por isso, é essencial conhecer todo o ciclo e mecanismo de ação de doenças zoonóticas, para ajudar na divulgação de informações objetivas sobre o que é importante e com o que a população deve ficar atenta a partir de agora.  

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