Uma nova pesquisa publicada na revista Biology Letter revela que a mudança de cor dos camaleões, além de servir para a camuflagem, reflete também diretamente alterações de humor e outros aspectos.
De acordo com o autor principal do estudo, Russel Ligon, da Escola de Ciências da Vida da Universidade Estadual do Arizona, a mudança de cor é interessante porque é controlada tanto pelo sistema hormonal como pelo nervoso. Além disso, os camaleões também são sensíveis à luz e à temperatura.
Muitos camaleões exibem uma coloração estática, com escamas de diferentes matizes. No entanto, não há nada entediante na mudança de cor dos camaleões. Para Ligon, os camaleões desenvolveram a mudança brusca de cor porque precisavam de uma forma eficiente de comunicação enquanto viviam nas árvores e pequenos galhos. Provavelmente, era mais difícil e arriscado exibir comportamentos elaborados no alto de uma árvore.
O estudo revelou que os machos do calameão-do-iêmen, durante disputas, eram mais propensos a iniciar confrontos, enquanto os que tinham cores mais brilhantes e que mudavam mais rápido costumavam vencê-los.
Na foto abaixo, um macho de cores vivas e postura agressiva expulsa seu adversário, de cor mais escura, da arena montada pelos pesquisadores. Ambos os camaleões estão trocando de pele, mas a maioria das escamas coloridas ainda é visível.
Nas duas fotos abaixo, o camaleão brilhante à esquerda abordou seu adversário a partir do fundo da arena, enquanto seu adversário começa a se preparar para bater em retirada.
Já na foto a seguir, o camaleão da direita ficou mais escuro quando seu adversário colorido e invocado entrou na arena. Essas mudanças drásticas de cor podem estar ligadas aos hormônios e ao metabolismo. Segundo Ligon, os camaleões não apresentam necessariamente flutuações hormonais ou energéticas extremas. São flutuações normais, que se manifestam exteriormente por meio das cores e da rapidez com que mudam de uma para outra.
As mudanças de cor dos camaleões acontecem durante as batalhas, mas também em encontros românticos. Nesta espécie foi observada apenas um comportamento de acasalamento, em que a fêmea exibia uma bela cor verde clara com nuances de azul enquanto o macho a cortejava. Após a cópula, ela rapidamente mudou para uma cor escura, preto pontuado com manchas amarelas e azuis. Seu comportamento mudou imediatamente após a cópula: a fêmea passou de participante passiva a agressiva, silvando para tentar afastar o macho.