Conheça os pastos mais recomendados para a pecuária

Cuidado, dedicação e amor pelo que faz são algumas características da vida no campo e do manejo da pecuária. Isso tudo reflete na qualidade e sucesso da sua produção. Para conseguir sempre os melhores resultados, é preciso oferecer o que há de melhor em alimentação e nutrição. Por isso, é importante saber qual é o melhor tipo de capim para gado.

Em busca das qualidades perfeitas, muitas forrageiras já foram eleitas como o capim ideal (ou em alta) pelos pecuaristas. Esteve no auge o capim-jaraguá que, entre 1945 e 1947, engordava mais de 90% de todo o gado abatido nos frigoríficos do Estado de São Paulo enquanto, número que caiu, em 1979, para apenas 6% dos animais abatidos.

Depois foi sucedido pelo capim-colonião que, no final da década de 70, cobria 32% das áreas de pastagens no Estado de São Paulo. Em 1978, essa espécie era a mais cultivada no Sudeste, no extremo sul da Bahia e nos agrestes de Sergipe.

Na década de oitenta, foi documentado como sendo a espécie forrageira mais importante no Espírito Santo e no sul de Goiás. Em um levantamento feito no Pará, no final da década de setenta, em cinco municípios, o capim-colonião ocupava mais de 46% da área de pastagem.

A partir da década de 60, esse capim foi sendo substituído pelo capim-pangola, principalmente no Estado de São Paulo; seguido pelo apogeu da Braquiária decumbens, nas décadas de 70 e 80, até os dias de hoje, “braquiarão” tem sido o predileto, ocupando atualmente cerca de 50% da área de pastagem cultivada.

Só para se ter uma ideia, no início da década de noventa, o gênero Brachiaria já ocupava 50% da área de pastagens no estado de São Paulo.

Segundo o professor Adilson Aguiar, reconhecido como a maior autoridade em pastagens do Brasil, atualmente, o período de apogeu de cada uma durou não mais que duas décadas. Este histórico foi chamado pelos pesquisadores como sendo “a busca pelo capim milagroso”.

Riscos do capim ideal

Os trabalhos de pesquisa e os fatos demonstram que o capim milagroso não existe e que o sucesso no estabelecimento, condução e persistência de uma pastagem depende basicamente que o pecuarista reconheça que cada espécie forrageira tem suas potencialidades e suas limitações.

Apesar de disponíveis quase uma centena de gramíneas e mais de duas dezenas de leguminosas já introduzidas no Brasil com sucesso, apenas uma dezena de plantas forrageiras ocupam áreas expressivas nas pastagens brasileiras.

Do total de pastagens cultivadas nos Cerrados, 85% são ocupadas por forrageiras de um único gênero, o Brachiaria sp, constituindo uma monocultura. Somente duas espécies desse gênero ocupam 75% da área de pastagens cultivadas nos Cerrados: a espécie Brachiaria brizantha e seus cultivares, principalmente o marandu ou capim-braquiarão (50% da área) e a Brachiairia decumbens (25% da área).

A monocultura, por si só, traz inúmeros riscos, mas nesse caso da Brachiaria é ainda pior porque as duas espécies que ocupam 75% da área de pastagens dos Cerrados são, na maioria, de reprodução assexuada ou apomítica. Para o professor Adilson, isso leva à baixa variabilidade genética, sendo verdadeiros ‘clones’. Assim, qualquer estresse, seja este biótico (pragas ou doenças) ou abiótico (extremos hídricos e de temperatura), coloca em risco a produção e a persistência da planta em uma dada região.

Fonte: Revista AG adaptado por Qualittas

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