Antigamente, o aluno de veterinária se graduava, montava sua clínica ou sua loja agropecuária e conseguia sobreviver no mercado. O clínico de grandes animais atuava na reprodução e/ou na assistência técnica nas fazendas, realizava seus serviços ia embora para sua casa.
O Agrônomo formava, se empregava em uma cooperativa ou empresa de insumos e exercia sua profissão, com orientações e ali se aposentava.
O Zootecnista saía da Faculdade, iria trabalhar na empresa de nutrição animal ou em uma grande fazenda, prestava consultoria técnica, orientações e a “coisa” ficava por isso mesmo.
E qual a função destes profissionais de Ciências Agrárias no atual contexto do agronegócio? Mas afinal de contas o que é agronegócio?
O agronegócio é o negócio do Brasil, correspondendo a mais de 25% do PIB, 52% da população economicamente ativa do Brasil trabalham com agronegócio e este segmento representa mais de 50% da pauta de exportações, sem falar na perspectiva da safra de grãos 2013/14 com produção perto de 200 milhões de toneladas, números que evidenciam sua importância.
O termo agribusiness surgiu a partir de trabalhos publicados por dois pesquisadores da Universidade de Harvard, John Davis e Ray Goldberg que em 1957 enunciaram o conceito de Agribusiness como sendo “Conjunto de todas as operações e transações envolvidas desde a fabricação e distribuição dos insumos e suprimentos agrícolas, das operações de produção nas unidades agrícolas, até o processamento, armazenamento, distribuição e consumo dos produtos agrícolas e itens produzidos a partir deles” (Davis & Goldberg apud Batalha,2007).
De acordo com esses autores, a agricultura e pecuária já não poderiam ser abordadas de maneira dissociada dos outros agentes responsáveis por todas as atividades que garantiriam a produção, transformação, distribuição e consumo de alimentos. Eles consideravam as atividades agrícolas e pecuária fazendo parte de uma extensa rede de agentes econômicos que iam desde a produção de insumos, transformação industrial até armazenagem e distribuição de produtos agropecuários e derivados (Davis & Goldberg apud Batalha,2007).
Porque ocorreu esta grande evolução do agronegócio gerando divisas para o país, batendo recordes de produção e produtividade nas fazendas e granjas, tanto nas produções agrícolas e pecuárias?
Vale ressaltar que toda a evolução da produção agropecuária e do agronegócio brasileiro teve como base de apoio as pesquisas agropecuárias desenvolvida por esta fantástica empresa que é a EMBRAPA, os Institutos de Pesquisas Agropecuárias, as Universidades brasileiras e os projetos de pesquisas desenvolvidos pelas indústrias de insumos.
Neste contexto a inovação tecnológica tornou-se primordial para o avanço do agronegócio e os processos produtivos agropecuários e agroindustriais.
Pode-se observar a os processos de inovação e evolução tecnológica no agronegócio nos seguintes segmentos:
– Área química: fertilizantes, defensivos agrícolas e animais, conservantes, corretivos, medicamentos profissionais de ciencias agrárias;
– Desenvolvimento de produtos biológicos: Vacinas, hormônios de uso animal e vegetal, soros;
– Genética vegetal: melhoramento vegetal, híbridos, produtos transgênicos;
– Genética e reprodução animal: melhoramento animal, inseminação artificial, transferência de embriões, fertilização in vitro;
– Mecanização agrícola e animal: preparo do solo, colheitadeiras, processamento, transportes, processos automatizados de nutrição animal;
– Microeletrônica: microchips para identificação de animais;
– Desenvolvimento de novos materiais: instalações e construções rurais, embalagens;
O desenvolvimento tecnológico aplicado ao agronegócio possibilitou um aumento na produtividade tanto no campo quanto nos outros segmentos do agronegócio,principalmente no setor de insumos agropecuários e agroindustriais, gerando divisas para o Brasil além no incremento no emprego e renda em todos os segmentos do agronegócio.
Diante desta perspectiva, onde a fazenda trabalha com pressões de produção com produtividade , sanitárias, nutricionais e ambientais, vai demandar novos desafios para os profissionais de ciências agrárias.
Atualmente, o mercado passou a exigir profissionalismo e qualificação. Mudaram-se as relações de trabalho entre contratante e prestadores de serviços, passando-se a se exigir do profissional postura, ética, aperfeiçoamento técnico, marketing pessoal e as mais novas ferramentas: gestão e empreendedorismo.
E nos estabelecimentos onde os profissionais de ciências agrárias atuam não foi diferente: a clínica, o pet shop, as lojas, indústrias de insumos, cooperativas e as fazendas precisam sobreviver no mercado e exigem do profissional conhecimento para tal.O negócio precisa dar lucro.
Neste aspecto os conceitos de gestão e planejamento passam a fazer parte do cotidiano do profissional de ciências agrárias.
Gestão vem da palavra latina gerere, cujo significado é conduzir, dirigir ou governar. O planejamento é a forma de viabilizar uma idéia, ele dirige e reduz o custo operacional, diminui o desperdício e a improvisação, ou seja, profissionaliza o negócio.
O profissional tem que estar junto do Contratante, participando das decisões, ajudando a planejar as ações tanto na empresa quanto nas fazendas, pois elas fazem de um segmento que responde por mais de 25% do PIB brasileiro, ou seja, precisa crescer em produção e produtividade, dar lucro.
Foi focado nos novos paradigmas profissionais que o Qualittas e a Qualyagro lançaram diversas opções de cursos voltados para a gestão dos estabelecimentos onde o profissional de ciências agrárias atua no agronegócio: Gestão do pet shop e da revenda agropecuária. Na produção animal tem MBA da produção pecuária de corte, leite, avicultura e suinocultura, além de capacitações em gestão de haras, granjas de suínos e aves, enfim, oferecemos diversas oportunidades para os colegas se aperfeiçoarem, e com isso oferecer o melhor serviço e conseqüentemente se inserir em um mercado competitivo e que exige um alto grau de profissionalismo.
[1] Médico Veterinário, Doutorando em História das Ciências UFBA, Professor do Curso Veterinária da UNIME, Coordenador dos Cursos de Agronegócios do Instituto Qualittas e Qualyagro Consultoria & Treinamento. Colunista do Presente Rural, guilherme@farmacianafazenda.com.br