Você Sabia? – Edição 3

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Por Gabriel Rossi

Solitária e Canjiquinha: entenda essa doença e suas peculiaridades!

A cisticercose é a enfermidade que pode infectar seres humanos, bovinos e suínos, entretanto possui dois diferentes agentes etiológicos e ciclos, e, conseqüentemente, características epidemiológicas distintas.

 Complexo teniose-cisticercose bovina

O agente etiológico desse complexo é o helminto Taenia saginata. Ele é capaz de infectar os seres humanos em sua forma adulta, uma vez que se aloja no intestino. Popularmente conhecida por solitária, causa normalmente poucos sintomas ou leves dores abdominais nos infectados. Esses humanos contraem a zoonose ao ingerirem a forma larval (cisticercose) desse mesmo parasita, através do consumo de carne crua ou mal cozida obtida de bovinos infectados. Já os bovinos contraem se infectam principalmente ao ingerirem água e alimentos contaminados com ovos do parasita adulto, os quais são expelidos pelos seres humanos infectados.

Essa enfermidade ainda possui uma grande ocorrência no Brasil, com destaque para as Regiões Sul e Sudeste, principalmente no estado de São Paulo. Ainda consiste em uma das principais causas de condenação pelo Sistema de Inspeção Federal (SIF) de carcaças, devido ao parasitismo e a grande perda econômica para a pecuária brasileira.

Por isso, é importante criar os bovinos de maneira controlada, evitando o fornecimento de água e alimentos de baixa qualidade, os quais podem estar contaminados. Além disso, a população deve evitar o consumo de carne mal cozida ou crua, e também daquelas oriundas de abate sem nenhuma fiscalização sanitária.

Carne bovina contendo cisticerco
Carne bovina contendo cisticerco

 

Complexo teniose-cisticercose suína

            Diferentemente do complexo bovino, essa enfermidade possui como agente etiológico a Taenia solium. De maneira semelhante ao complexo bovino, os humanos albergam a forma adulta do parasita no intestino e se infectam pelo consumo de carne suína indevidamente preparada, enquanto os suínos somente possuem os cisticercos (larvas) em sua musculatura e vísceras. Entretanto, a principal diferença é que nesse ciclo os seres humanos também podem se comportar como “hospedeiros intermediários” do parasita, ou seja, formar cisticercos em suas vísceras e musculatura, através da ingestão de alimentos (principalmente verduras) contaminados com os ovos do parasita. Ou seja, aquele seu “conhecido” que possui cisticercose não se infectou ingerindo carne suína ou derivados crus ou mal cozidos como se costuma acreditar, mas sim verduras contaminadas por esses ovos.

Normalmente essa formação dos cisticercos se dá em tecidos de elevada inervação, como cérebro e olhos, causando graves danos para a saúde dos infectados e consistindo em um problema ainda maior de saúde pública em nosso país. O tratamento é realizado apenas para minimização dos sintomas dos pacientes. Felizmente, a ocorrência da enfermidade em suínos vem sendo bastante reduzida nos últimos anos, principalmente devido ao fato de os suínos comerciais serem criados de maneira controlada e com práticas adequadas de higiene e biossegurança.

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