O USO DA ERITROPOIETINA NO TRATAMENTO DA ANEMIA EM CÃES

Por Roberta Genaro Piva

•Resumo•
A anemia no paciente canino doente renal crônico geralmente inicia-se devido à deficiência na produção de eritropoietina. A eritropoietina é um hormônio sintetizado pelos rins em resposta a hipóxia tecidual, responsável pela estimulação de eritrócitos, e em altas concentrações pode ocasionar efeitos colaterais como hipertensão sistêmica, convulsões e produção de anticorpos antieritropoietina. Antes do início do tratamento é necessário identifi- car a causa da anemia, realizando exames como índices hematimétricos, contagem de reticulócitos, ferro sérico, saturação de transferrina, ferritina sérica e pesquisa de sangue oculto nas fezes. O tratamento da anemia com eritropoietina inicia-se quando o hematócrito está em torno de 20%, e são realizadas aplicações de eritropoietina.
Associa-se também aplicações de sulfato ferroso, que deve ser iniciado de 15 a 20 dias antes da primeira aplicação de eritropoetina, em doses fracionadas para que não haja disfunções gastrointestinais.

•Introdução•
O rim tem como função principal filtrar e eliminar substâncias que são tóxicas, prejudiciais ao organismo, além de produzir alguns hormônios, controlar e regular os eletrólitos, realizar a manutenção do equilíbrio hídrico e a formação de urina (ALEXANDRINO, 2005). A doença renal crônica ocorre na presença de lesão persistente, por um período igual ou maior que três meses, gerando anormalidades estruturais e/ou funcionais dos rins, com alterações em exames de sangue e/ou de imagens. Essa perda estrutural e/ou funcional geralmente ocorre de forma lenta, progressiva e irreversível (BASTOS, 2004). A eritropoietina é o hormônio que regula a proliferação e diferenciação das células progenitoras hematopoiéticas na medula óssea (KATZUNG, 2005). Os rins sintetizam a eritropoietina em resposta à hipóxia tecidual, estimulando o processo de eritrogênese, com produção e consequente incremento de eritrócitos circulantes em torno de sete a oito dias (ALMEIDA, 2008). Assim, na doença renal crônica, é compreensível que a eritrogênese esteja prejudicada, gerando quadro de anemia no paciente. A anemia clássica no doente renal crônico é classifi- cada como sendo do tipo normocítica, normocrômica e arregenerativa. Os sinais clínicos são mucosas hipocoradas a pálidas, letargia, apatia, anorexia (GIOVANINNI, 2010). A anemia progride de forma diretamente proporcional ao agravamento da doença renal crônica (ALEXANDRINO, 2005).

Esse artigo foi cedido gentilmente pelo nosso parceiro Vet Smart e pode ser consultado na íntegra por veterinários e estudantes no site www.vetsmart.com.br.

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