VOCÊ SABIA – EDIÇÃO 12

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Cães e gatos que apresentam quadro clínico de espirros podem ter algumas alterações relacionadas com doenças odontológicas, como doença periodontal avançada e fenda palatina. A doença periodontal consiste na destruição crônica do periodonto, que possui a função de proteger e sustentar o germe dentário na cavidade oral.

Entretanto, a maxila possui um osso mais poroso, com uma lâmina óssea muito fina, que separa a cavidade oral e nasal, onde as bactérias, que compõe o cálculo dentário, acabam resultando na comunicação dessas cavidades devido à destruição óssea. Clinicamente, esse paciente apresenta sinusite crônica e espirros, especialmente quando vai tomar água ou se alimentar de ração pastosa.

Os animais idosos podem apresentar comunicação oronasal, visualizada no exame clínico, quando o dente canino esfolia e a gengiva acaba cicatrizando sobre o resquício ósseo remanescente, resultando em uma fístula no local. Contudo, a fenda palatina pode ter origem congênita, hereditária ou adquirida, por causa genética, por medicações administradas durante a gestação ou geradas por corpo estranho, trauma, choque elétrico, e até mesmo após regressão de neoplasia oral com quimio ou radioterapia, respectivamente.

A fenda palatina pode ser primária (lábio leporino até região da papila incisiva), secundária (palato duro e/ou palato mole) ou completa (do lábio leporino ao palato mole). Independente da origem etiológica, o tratamento sempre é cirúrgico a partir da confecção de retalhos mucoperiostais, com fio absorvível e padrão isolado, com a técnica cirúrgica apropriada para cada animal.

Nos casos de fendas palatinas em paciente neonatos, estes devem aguardar pelo menos até 4 meses de idade para realizar o procedimento cirúrgico, e devem ser alimentados via sonda a cada três horas. Uma dica importante é fazer um bom planejamento cirúrgico, com retalho mucoperiostais bem amplos, no mínimo duas vezes o tamanho da região que se quer ocluir.

Vale ressaltar, que alguns pacientes podem necessitar de mais de uma intervenção cirúrgica, sendo que as chances de sucesso vão diminuindo, em decorrência da menor vascularização e aumento da fibrose resultante do processo cicatricial anterior.

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