Rússia libera planta do MT e conjuntura indica que @ deve seguir valorizada

No começo desta semana, a pecuária de Mato Grosso recebeu a notícia de que a Rússia habilitou mais uma planta frigorífica para a exportação de carne bovina do estado para aquele país, depois de ficar praticamente dois anos sem comprar o produto mato-grossense por conta de embargo.  Agora, contando com as unidades do JBS em Barra do Garças (liberada em outubro de 2013) e do Marfrig em Tangará da Serra, já são duas indústrias do MT habilitadas a embarcar carne para o país que hoje representa o 2º maior comprador da proteína vermelha do Brasil e que já foi o maior comprador do estado.

A avaliação do setor produtivo é que a Rússia, com a liberação, demonstra confiança na carne bovina brasileira e aposta na credibilidade do sistema nacional de defesa agropecuária, o que serviria de exemplo a países que recentemente declararam embargo após o caso atípico de EBB (encefalopatia espongiforme bovina), como fizeram Peru, Irã, Argélia e Egito. “Essa habilitação vem num momento muito bom. A Rússia dá demonstração para o mundo inteiro da credibilidade e confiança que tem no Brasil e no Mato Grosso”, comemora Luciano Vacari, superintendente da Associação dos Criadores de Mato Grosso, Acrimat.

A sequência de fatos após a confirmação do animal morto por EBB atípica, com efeito, apontou boa atuação dos órgãos de defesa agropecuária brasileira no caso, diferente do ocorrido, por exemplo, no Paraná em 2012, quando uma ocorrência similar foi registrada, mas que até hoje não apresentou desfecho esclarecido. “Desta vez foi confirmado um caso atípico, que podia acontecer em qualquer lugar do mundo e aconteceu no Mato Grosso. O resumo é que o procedimento foi positivo. Demonstramos que nosso sistema de defesa funcionou, felizmente porque agora temos comando no Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento). A decisão foi rápida, tudo foi feito na hora certa. Com transparência, comunicamos todos que precisavam saber e o caso já está encerrado”, resume Vacari.

A rápida solução para a ocorrência dá sustentação para o produtor rechaçar eventuais pressões dos frigoríficos para tentar baixar o preço da arroba. A recomendação da Acrimat é que o pecuarista pode manter a tranquilidade e seguir atento às oportunidades. “Se perceber que existe indústria querendo se aproveitar para pressionar e comprar mais barato, não podemos permitir. No Mato Grosso temos o maior rebanho comercial do país e todas as indústrias de primeira linha estão operando aqui, o que nos torna o segundo maior estado exportador do Brasil. Nós vivemos um bom momento de preço na pecuária e isso se justifica principalmente pela demanda aquecida. Como não tivemos problemas de demanda, não tem por que ninguém pressionar preço”, simplifica o superintendente da Acrimat.

Avanço das exportações e aumento do consumo interno
O forte consumo de carne bovina no Brasil e no mundo, de fato, aponta para manutenção dos preços da arroba no estado. No primeiro quadrimestre deste ano, o Brasil já exportou 504 mil toneladas de carne bovina e faturou US$ 2,2 bilhões, o que representa, respectivamente, crescimento de 13,6% e 10% sobre 2013. Além disso, a copa do mundo de futebol e o ano eleitoral, quando o consumo é maior pela injeção de dinheiro na economia, devem fortalecer o mercado interno. “Normalmente a demanda já é constante e crescente, e ainda temos esses dois eventos importantes em 2014. Eu enxergo um cenário positivo para a pecuária em termos de preço”, analisa Vacari.

Oferta restrita
No início da última semana foi divulgada a primeira pesquisa de intenção de confinamento de gado de corte para o estado do Mato Grosso, que indicou estabilidade do número de cabeças confinadas em 2013. A notícia, em relação a preço da arroba, é positiva, já que indica que não haverá pico de oferta na entressafra. Outro fator que influencia nesse cenário é que em 2014 não haverá volume de abate de fêmeas tão grande quanto houve em 2013, o que mantém a restrição de oferta. No ano passado, das seis milhões de cabeças abatidas no estado, 46% eram fêmeas. “Então a pergunta é a seguinte: existe demanda para abater, exportar e consumir internamente seis milhões de animais? Sim, até para mais que isso, já que as exportações nesse ano já são maiores que 2013. Mas temos condições de abater seis milhões de cabeças sem aumentar confinamento e sem abater 46% de fêmeas, o que certamente não vamos abater? Esse quadro mostra que oferta vai continuar restrita e isso vai dar sustentação de preço”, projeta Luciano Vacari.

Fonte: Rural Centro

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