Paraná é único a produzir soro contra aracnídeos

O Centro de Produção e Pesquisa de Imunobiológicos (CCPPI) do Paraná é o único laboratório do país a produzir soro especifico contra acidentes causados por aranhas-marrons, animal peçonhento perigoso cuja picada pode levar à morte. O soro produzido no Paraná é distribuído pelo Ministério da Saúde para todo Brasil.

Para manter a produção do soro contra a picada de aranha-marrom e outros animais peçonhentos, incluindo serpentes como as jararacas, o Centro mantém 74 cavalos. O diretor do CPPI explica que os animais usados na produção dos soros são selecionados e mantidos com todo cuidado e atenção.

Os animais devem ter entre 4 e 8 anos e pesar entre 400 a 500 quilos. Eles são criteriosamente avaliados durante cerca de dois anos antes de participarem do processo de produção do soro. Para o Centro, “o valor de nossos animais é inestimável. Eles são parte de um grande processo que salva vidas e tem impacto direto na saúde da população”.

O veterinário responsável do Centro ratifica que os animais recebem cuidados especiais. Eles são vacinados, bem alimentados e, além de nomes, todos têm um micro chip de identificação. “Uma vez comprados, os cavalos ficam conosco durante toda a fase produtiva, que gira em torno de 15 anos. Depois desse período, eles são realocados para uma área de descanso, onde podem aproveitar da ‘aposentadoria’”, diz o veterinário.

Produção

A produção de soro começa com a coleta das aranhas. Uma equipe especializada do CPPI vai até o local onde podem ser encontrados os animais peçonhentos – geralmente embaixo de telhas, entulhos, quadros, armários, entre outros – e faz a captura. O trabalho desses profissionais é de extrema importância, porque sem a coleta dos aracnídeos não é possível produzir o soro.

Ao chegarem ao Centro, as aranhas passam pela etapa de triagem e armazenamento. Segundo o veterinário, depois de retirar o veneno, ele é processado e posteriormente misturado com uma solução para ser aplicado nos cavalos. A mistura faz com que sejam produzidos anticorpos em grande quantidade, por mais tempo e sem maiores consequências para os cavalos.

Após esse processo, são coletadas bolsas de sangue dos cavalos. “Durante este período, os componentes do sangue se separam. As células vermelhas irão para o fundo da bolsa, enquanto o plasma, onde são encontrados os anticorpos, fica por cima. É este liquido que será enviado para a produção do soro”, acrescenta o médico-veterinário.

Em média, são retirados seis quilos de sangue de cada cavalo, sendo quatro quilos apenas de plasma.

(Fonte: O Diário do Norte do Paraná)

 

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