Os números já registram: o mercado pet está com tudo e deve continuar em alta em 2023. Em 2021, o segmento teve um boom, aumentando seu faturamento em 27% na comparação anual, para 51,7 bilhões. A tendência se manteve em 2022: o Instituto Pet Brasil estima um crescimento de 14,7%, representando R$ 59,2 bilhões movimentados. 

A evolução do mercado está ligada às mudanças no comportamento do consumidor e às transformações digitais. Para explicar sobre este tema, o médico-veterinário e diretor da Faculdade Veterinária Qualittas, Francis Flosi, concedeu entrevista à revista Cães e Gatos sobre a importância das empresas dos setores no investimento em inovação, apostando na transformação digital ao trazer novas tecnologias.

“As empresas precisaram entender as novas gerações de consumo para oferecer produtos e soluções para atender suas demandas e, tudo isso, sem perder o fator humano que é muito valorizado pelos donos de pets”, diz Flosi. 

De acordo com o profissional, nos últimos 10 anos, este nicho foi amplamente imponderado. Hardwares mais eficientes, acesso à internet cada vez mais rápido, inúmeras funcionalidades e aplicativos colocaram na palma da mão o poder de escolha, comparação, recomendação e crítica a uma empresa ou a seus serviços e produtos.

Mais do que isso, a forma como o cliente deseja se relacionar com as empresas veterinárias mudou, especialmente, os processos de compra e de atendimento. “Muitas empresas melhoraram a divulgação e comercialização de seus produtos e serviços por meio dos canais digitais. Também criaram novas formas de atendimento para um cliente especial, que se tornou cada vez mais digital”, aponta o diretor da Faculdade Qualittas.

Entretanto, o desafio das empresas veterinárias agora é ainda maior. Mais do que estabelecer uma interface de comunicação digital com seus clientes, um processo de transformação digital propõe usar um mindset (atitude mental) em todo o negócio.

Para Flosi, toda a empresa precisa se transformar, se apropriando de maneira estratégica de soluções de big data (velocidade, volume, variedade, veracidade e valor), cloud (informações em nuvem), IoT (interação com internet ou não), entre outras, para que essa imersão no mundo digital seja um diferencial competitivo para o negócio veterinário.

“Para que isso aconteça, o impacto das tecnologias deve ser percebido em todas as áreas, como gestão de pessoas, gestão de processos, atendimento. Absolutamente todas as áreas devem ser otimizadas para que a empresa se mantenha competitiva”, esclarece.

O processo de transformação digital, em um primeiro momento, pode parecer desafiador, mas, atualmente, existem diversas soluções disponíveis que podem ajudar nesta jornada. De acordo com o médico-veterinário, pensar digital de dentro para fora da empresa fará com que o consumidor se sinta atendido e envolvido com toda a experiência de um mercado mais moderno e inovador.

“A resposta sempre está com o cliente. Uma parte disso é o engajamento, a aquisição de clientes. A outra é a experiência do cliente e a jornada. Faça tudo o que puder para suavizar o caminho”, finaliza Flosi.