Campanha alerta os tutores sobre a importância da prevenção e diagnóstico precoce em relação ao câncer de próstata em cães, principalmente os de meia-idade e idosos

Se o mês de outubro foi voltado para a conscientização sobre o câncer de mama em mulheres e, também, em cadelas e gatas, na Campanha Outubro Rosa Pet, o mês de novembro muda-se o sexo e a cor, mas o foco continua o mesmo de conscientizar os homens e tutores sobre os riscos e a prevenção do câncer de próstata.

O Novembro Azul surgiu, em 2003, em Melbourne, na Austrália, a partir da iniciativa de dois amigos, Travis Garone e Luke Slattery. Os dois estavam se divertindo em um pub e cogitaram se ficariam bem de bigode, que estava fora de moda na época. Então, inspirados pela campanha da mãe de um colega, que levantava fundos para o combate ao câncer de mama, Travis e Luke tiveram a ideia de associar o bigode com a conscientização sobre a saúde masculina. Eles escolheram o mês de novembro para deixar o bigode crescer, pois, no dia 17, já se comemorava o Dia Mundial do Combate ao Câncer de Próstata. Naquele ano, cerca de 30 amigos aceitaram participar da campanha e, como muita gente se interessava pelos bigodões, a história foi se espalhando cada vez mais. No ano seguinte, surgiu a Movember Foundation – o nome veio da junção das palavras moustache (“bigode”) e november (“novembro”).

De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), o câncer de próstata é o segundo tipo mais comum entre os homens no Brasil, atrás apenas do câncer de pele do tipo não melanoma. Tanto é que, para 2018, a estimativa é de mais de 68 mil novos casos da doença.

Em paralelo à campanha de conscientização do câncer de próstata nos homens, o Novembro Azul Pet traz a conscientização dos tutores em relação ao câncer de próstata e a importância dos exames em cães. Segundo o Mentor e Prof. da Pós-Graduação em Oncologia Veterinária da Faculdade Qualittas, Carlos Eduardo Rocha, a próstata pode sofrer alterações, devido aos hormônios, e acarretar em câncer. Não há estudos que indiquem a idade mais comum para o desenvolvimento do câncer nos cães, porém a conscientização e a correta avaliação devem fazer parte da rotina de atendimentos com o objetivo de diagnosticar as doenças que acometem a próstata, principalmente dos cães de meia-idade e idosos. “O cão é a única espécie, além do homem, em que o câncer de próstata espontâneo ocorre com uma frequência significativa. Nas neoplasias prostáticas a influência hormonal androgênica direta oriunda dos testículos, não é fator determinante, por isso a castração não impede o carcinoma prostático”, diz o oncologista.

Saiba mais da doença

A próstata é uma glândula acessória do sistema reprodutor do cachorro, que circunda a uretra. Em cães de meia-idade a idosos, o tamanho e o aspecto podem mudar, por esse motivo, toda alteração que atinja a glândula pode comprometer órgãos vizinhos e impedir a passagem da urina ou dificultar o animal a defecar. As doenças prostáticas são raras em gatos.

Dentre as doenças que atingem a próstata, a Hiperplasia Prostática Benigna (HP) é a mais comum, sendo que aproximadamente 100% dos cães não castrados, durante o avançar da idade, desenvolvem evidências dessa patologia. Também se destacam as Prostatites Bacterianas (infecções), os Cistos Prostáticos.

Segundo o Prof. Carlos Eduardo, o diagnóstico da HP e do câncer de próstata é baseado na presença de sinais clínicos, na detecção de alterações anatômicas durante a palpação retal, nos exames radiográfico e ultrassonográfico ou ainda, nos exames citológico e histológico (biópsia), que são importantes para a distinção das afecções malignas ou benignas.

É importante o diagnóstico precoce dos processos patológicos que envolvem a próstata, para que possamos usar uma melhor conduta terapêutica. O correto exame clínico deve incluir o exame do toque retal, exames de imagem (rX e Ultrassonografia), exames anatomopatológicos além de exames minimamente invasivos (exames de biópsia líquida) que já estão disponíveis na medicina veterinária. “O profissional médico-veterinário precisa adotar tal conduta em sua rotina de atendimento aos cães de meia-idade e idosos. Um toque que pode salvar uma vida”, finaliza o Prof. Carlos Eduardo.


 

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