Pouco se fala sobre a saúde oral dos animais domésticos. Porém, assim como em humanos, a falta de cuidados preventivos é responsável por sérias consequências secundárias.

Lesões periodontais são as mais comuns na cavidade oral de cães e gatos, causadas por placas bacterianas que se acumulam nos dentes em um período de 24 a 48 horas. A recomendação profissional para prevenção é a escovação diária e o acompanhamento anual com veterinário para avaliação.

Segundo o professor e mestre Jonathan Ferreira, palestrante convidado do Instituto Qualittas, as lesões periodontais têm caráter progressivo e atingem 85% dos cães e gatos adultos. A limpeza de tártaro deve ser realizada periodicamente. “Caso não sejam feitos os procedimentos preventivos, o processo infeccioso avança para os tecidos periodontais mais profundos e geram lesões irreversíveis.”

Jonathan explica que, com o passar do tempo, a sustentação do dente fica comprometida e na fase mais avançada, ocorrem perdas dentárias. “Em geral, animais menores são mais afetados, pois tendem a ter dentes mais próximos e tecidos periodontais mais frágeis.” Em todo o processo de evolução da doença periodontal há inflamação e infecção instaladas, e diversas consequências são relatadas, como lesões cardíacas, renais, articulares, entre outras.

Mas como o tutor pode identificar um problema, já que eles são pouco percebidos? Em geral, o principal sinal é a halitose, ou mau hálito. Quanto mais intensa, pior é a complicação, de acordo com Jonathan.

Alimentos específicos, como snacks, podem ajudar no processo de prevenção, desde que gerem atrito com a superfície dentária, mas é preciso verificar o quanto o animal mastiga. “Se o produto pode ser facilmente triturado e engolido, pouco atrito será gerado e pouca limpeza será feita. Os que geram mais atrito tendem a ajudar mais.” Evite, também, fornecer ao pet alimentos muito duros, que podem causar fratura ou desgaste excessivo dos dentes.