Você Sabia – Edição 8

Por Diogo Gorayeb de Castro

Alguma vez você já se deparou com um cão que corre incessantemente atrás do próprio rabo? Ou já conheceu um gato que passou a se esconder sem motivo aparente? Já observou algum pet que mudou seu comportamento de forma repentina? Esses pets podem sofrer dor crônica.

A dor fisiológica é importante para defesa e preservação, sendo que a mesma tende a terminar antes mesmo do final do processo cicatricial. No entanto em alguns casos ela pode se perpetuar mesmo após a resolução da lesão que causou a dor aguda. Logo a dor crônica deve ser encarada como uma doença que deve ser tratada. Muitas vezes ela se origina de um processo agudo que não foi tratado como deveria ou pode iniciar devido à uma lesão repetitiva como por exemplo uma artrose.

Felizmente hoje temos bastante informações que nos permite reconhecermos os sinais deste problema. Os cães podem apresentar alteração de comportamento tornando-se agressivos ou mesmo apáticos, passarem a se movimentar menos, interagir menos com a família, diminuição do apetite, lamber ou morder incessantemente uma pata ou cauda (causando falhas no pêlo) e até mesmo esfregar a cabeça na parede (dor nos olhos ou sinusite). Já os gatos são mais discretos e costumam alterar seu comportamento ficando mais isolados e em posição de esfinge mas o que chama mais atenção é que param de se lamber (o famoso banho de gato) e diminuem o cuidado com o higiene, ficando bem notório a aparência descuidada da pelagem. As famílias e veterinários mais atentos irão perceber também mudanças nas expressões faciais dos pets. Os cães podem ficar com olhar fixo e orelhas abaixadas e os gatos com os olhos semicerrados. Caso você note alguma dessas características no seu pet, leve-o até o seu veterinário de confiança. Algumas vezes não encontramos de imediato uma lesão que possa ser atribuída à essa dor. Uma investigação cuidadosa deve ser conduzida pelo médico veterinário, passando por exame físico, exames laboratoriais e de imagem.

Os nossos pets estão vivendo muito mais e chegando a idade avançada e apresentam doenças típicas de envelhecimento. Muitos casos de dor crônica tem como origem as osteoartoses, sendo muito frequentes nas articulações coxo-femurais e na coluna espinhal. Uma vez identificadas essas alterações é importante iniciar tratamentos de prevenção para evitar o agravamento, dietas para adequação do peso corporal e exercícios para fortalecimento da musculatura. Porém o tratamento da dor crônica passar também pelo uso de medicamentos e tratamentos paliativos.

Uma vez diagnosticada a dor crônica, a mesma pode ser tratada como fármacos analgésicos (por exemplo a dipirona e os opióides) e anti-inflamatórios não esteroidais; entretanto a tratamento deve ser baseado no uso de antidepressivos (como a amitriptilina e a imipramina) ou anticonvulsivantes (como a pregabalina e a gabapentina) que agirão como estabilizadores da membrana neuronal. Além disso, aliados importantes nesse tratamento são a acupuntura, fisioterapia e a suplementação da alimentação com ômega 3 (principalmente o EPA) que age como anti-inflamatório natural.

O objetivo deve ser buscar uma boa qualidade de vida para esses pets e suas famílias. Assim veremos nossos queridos pets muitas vezes voltando a apresentarem seus comportamentos naturais e nos trazendo muitas alegrias.

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