Salto de produtividade

Em 2015, 9,2 milhões de toneladas de carne foram produzidas no Brasil

Pasto de qualidade, manejo eficiente e genética de primeira. Estas três estratégias tem garantido ao pecuarista brasileiro um salto em produtividade. Estudo realizado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) apontou que, no período de 2000 a 2015, o volume de carne produzido no país teve incremento de 45%. Em contrapartida, o rebanho bovino de corte cresceu 25%. A redução na idade de abate dos animais é uma das principais responsáveis por estes números.

Pesquisador na área de nutrição animal da Embrapa Gado de Corte, o zootecnista Rodrigo da Costa Gomes lembra que, há mais de 10 anos, pesquisas apontam que diminuir a idade de abate para 24, até no máximo 30 meses, pode até triplicar a lucratividade na fazenda. Para conseguir este salto, uma das estratégias adotadas pelo produtor são os sistemas de confinamento e semi-confinamento, que aceleram a fase de terminação dos animais.

Por outro lado, segundo ele, é também possível abater bezerros em idades jovens utilizando uma suplementação menos intensiva na fase de terminação. Para isso, é preciso uma recria bem feita, utilizando animais de boas genética e manejados em pastagens de alta qualidade. “Para saber qual a melhor estratégia adotar, o produtor deve levar em consideração o custo da suplementação ou do confinamento, o qual varia de região para região, e também a estrutura que possui na propriedade. Em muitas situações é inviável realizar semi-confinamento ou confinamento por questões de logística, por exemplo”.

Estudos feitos pela própria Embrapa, aponta o especialista, tem demonstrado que é possível obter ganhos de peso elevados em pastagens como a Mombaça, tanto na seca como nas águas, permitindo o abate até os 30 meses, sem confinar o rebanho. “Ainda é possível se ter uma pecuária eficiente e lucrativa manejando bem as pastagens e apostando em suplementações que corrijam déficits nutricionais mais pontuais, ou mesmo que melhorem o aproveitamento das pastagens pelos animais”.

Gomes ressalta que, independente da estratégia nutricional adotada, há duas recomendações importantes ao pecuarista. Primeiro, a necessidade de medir, calcular os custos de produção e analisar as alternativas disponíveis. E segundo, a certeza de lucro ao diminuir a idade de abate do animal.

Ele afirma que uma das premissas na produção do novilho precoce é que o animal tenha um desenvolvimento contínuo e regular, mesma na época seca, quando há déficits na qualidade e disponibilidade das pastagens. Para isso, a suplementação, no caso de proteína, é fundamental, assim como também é um planejamento forrageiro que permita disponibilidade de forragem o ano todo. “Notamos que em propriedades onde a idade de abate ainda é elevada, há um descuido na parte nutricional principalmente na fase de recria, a qual se destina as piores áreas de pastagens e pouco investimento em suplementação”.

Fonte ACRIMAT

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