Retenção de Placenta em éguas

Por Fernanda Carlini Cunha dos Santos

•Resumo•
A principal complicação que ocorre no puerpério de fêmeas equinas é a retenção placentária, sendo caracterizada pela falha na expulsão das membranas fetais em período superior a 3 horas após o parto. A presença da placenta no lúmen uterino causa reações inflamatórias, atrasando a involução do órgão, podendo evoluir para alterações sistêmicas com risco à vida. O diagnóstico é baseado no exame clínico e ultrassonográfico, em que o hemograma auxilia na monitoração da evolução do quadro e a histopatologia da placenta auxilia na detecção de patologias gestacionais. O tratamento inclui administração parenteral de ocitocina, prostaglandina, anti-inflamatórios, antibióticos, fluidoterapia e lavagem uterina. As principais complicações incluem lesões uterinas, metrite, laminite, peritonite e endotoxemia. A retenção placentária em égua pode evoluir para alterações sistêmicas, representando risco de morte, sendo necessária a instituição de terapia adequada e monitoração da evolução do caso.

•Introdução•

A gestação é o período compreendido entre a data da ovulação e o parto. Na espécie equina, o parto ocorre geralmente no período noturno e pode ser dividido em três fases: a primeira denominada prodrômica; a segunda caracterizada pela expulsão fetal e a terceira corresponde à expulsão das membranas fetais (CHRISTENSEN, 2011).

A placenta equina é classificada como epiteliocorial, difusa e adecídua, em que a troca de nutrientes, resíduos e gases entre o feto e a égua ocorre por meio dos microcotilédones, interdigitações entre as vilosidades formadas pelo alantocórion e o epitélio endometrial (SAMUEL et al., 1974). A retenção placentária é definida como a falha na expulsão de parte ou da totalidade da membrana alantocoriônica, com ou sem a membrana amniótica, em um intervalo de até 3 horas após o parto (BLANCHARD & MACPHERSON, 2010). A etiopatogenia da retenção placentária está relacionada principalmente a quadros de inércia uterina, distocia e alteração no perfil hormonal (BLANCHARD & MACPHERSON, 2007; BLANCHARD & MACPHERSON, 2010), podendo resultar em alterações sistêmicas, representando risco de morte.

Esse artigo foi cedido gentilmente pelo nosso parceiro Vet Smart e pode ser consultado na íntegra por veterinários e estudantes no site www.vetsmart.com.br .

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