Condução de animais nas partes externas de veículos é considerada infração de trânsito grave

Animais também podem apresentar doenças por conta da negligência ou piorar sintomas já existentes

Dirigir com animais nas partes externas dos veículos é uma prática bastante comum no Brasil. O que muitos ainda não sabem é que pela lei, ela não é permitida. O artigo 235 do código de trânsito brasileiro (CTB) considera infração grave conduzir pessoas, animais ou carga nas partes externas do veículo, salvo nos casos devidamente autorizados. Além da multa de R$ 127,69 e os 5 pontos adicionados a carteira, o veículo também é retido para transbordo.

O artigo 252, também da CTB, diz que o motorista que for flagrado dirigindo com animais à sua esquerda, entre os braços ou pernas, está cometendo uma infração  de trânsito média que tem como penalidade multa de R$85,13 e 4 pontos em sua carteira.

Mônica Rosseto Garbellini, médica veterinária especializada em clínica médica e cirúrgica de pequenos animais, explica que a ação também pode causar danos à saúde dos animais. Além de corpos estranhos que podem lesionar a córnea durante a prática, outros problemas podem ser causados aos animais, como as doenças oftálmicas,  a epífora (lacrijamento em excesso), olho de cereja (prolapso da glândula da terceira pálpebra), ceratoconjuntivite seca (ressecamento da córnea com diminuição de lágrima), dores de ouvido (otites) e a famosa conjuntivite.

Segundo a médica veterinária, as doenças podem acometer o animal e até piorar sintomas já existentes  por conta dos fortes ventos no rosto dos pets. “Não é saúdavel. Se o bichinho estiver com qualquer problema de saúde, ele pode ser agravado. Para que arriscar?”.
Os animais de focinho curto são os que mais sofrem com o vento direto no rosto já que são propensos a doenças respiratórias, além das patologias oftálmicas.

Francis Flosi, médico veterinário e diretor do Qualittas, especializado em medicina veterinária, acredita que as informações são pouco divulgadas e por isso, o comportamento ainda é tão comum. “As pessoas não sabem que é contra a lei e não sabem dos riscos que os animais correm. É função dos médicos veterinários e estudantes da área alertarem o público”.

As quedas para fora dos veículos em movimento ou até mesmo parados podem ser fatais. Para auxiliar o transporte dos animais nos veículos e para evitar acidentes, Flosi deixa a dica: “Já existem guias e caixas transportadoras apropriadas para animais serem transportados em veículos, sempre no banco de trás. Elas funcionam como um cinto que prende o animal e proporciona segurança”.

 

 

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