Por que os relatos de maus-tratos de animais sofrem ataques de cyberbulling?

Ao nos depararmos com notícias retratando casos de maus-tratos em animais, por si só já causa um mal estar em saber que esses seres foram submetidos a tais tratamentos. Contudo, quando essas ocorrências são divulgadas nas mídias on-line, a internet está aberta para todas as pessoas realizarem qualquer tipo de comentário, inclusive os maliciosos.

Recentemente o Portal do G1 do Pará noticiou o desdobramento de um caso de maus-tratos que uma cachorrinha sofreu ao ser arrastada por uma motocicleta e acabou recebendo um lar após seu tratamento. Ao final da matéria, no espaço aberto para os comentários dos internautas, mostra diversos ataques de cyberbulling cometidos por trolls.

Comentários com essa narrativa podem ser considerados como cyberbullying. Recomenda-se não interagir com esses comentários e denunciar ao responsável pela postagem da notícia. (Foto: Portal G1)

Talvez essa não seja a primeira vez em que nos esbarramos a este tipo de comportamento. Porém, é importante saber quem são esses trolls e o que eles buscam ao perseguirem as pessoas com esses comentários.

A reportagem da revista Galileu encontrou no Reddit, site de entretenimento mais utilizado por trolls, o que as pessoas por de trás dos ataques de cyberbulling buscam: “Eu me sinto superior. Sei que soa idiota, mas manipular as pessoas para deixá-las furiosas traz alegria ao meu coração, é uma sensação muito boa, parecida com como os serials killers se satisfazem matando pessoas: você não os entende até se tornar um deles”, disse o usuário. Com isso, cientistas da Universidade de Manitoba, no Canadá, realizaram uma pesquisa sobre as características ligadas a traços de personalidade desses internautas com comportamentos agressivos. Alguns psicólogos chamam de “tétrade obscura” (do inglês, “dark tetrad”), que constitui por sadismos (prazer no sofrimento dos outros), narcisismo (egoísmo e auto-obsessão), psicopatia (falta de remorso e empatia) e maquiavelismo (disposição para manipular e enganar os outros).

A trollagem tem níveis que vão desde uma piada “inofensiva” ao cyberbulling, que é um ato derivado do bullying (atitudes agressivas, intencionais e, em alguns casos, repetitivas) cometido na web. Porém, por causa da internet, os trolls têm maior alcance e a possibilidade do anonimato, na qual passa a sensação de que os seus atos não têm consequências. O principal objetivo da trollagem é capturar a atenção das pessoas em blogs, site de notícias e redes sociais por meio de ofensas ou palavras sem sentido a fim de deixá-las nervosas e desconfortáveis.

E a ausência de presença física na web faz com que os trolls se sintam mais desinibidos e aumentem a agressividade, principalmente nos relatos de maus-tratos em animais de rua, pois os animais, com exceção àqueles sob a tutela de um cidadão, são alvos fáceis para esses agressores, já que não há leis e códigos penais específicos e rígidos que os amparem das ameaças cibernéticas.

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