Novembro Azul: conscientização é a melhor ferramenta

Dificuldade para urinar e defecar, sangue na urina, dor na coluna lombar e paralisia dos membros pélvicos secundários a metástases ósseas, além de sinais inespecíficos como apatia e anorexia. Esses são os principais sinais clínicos relacionados ao carcinoma prostático em cães. E é sobre o câncer de próstata que a campanha do Novembro Azul faz o alerta.

Diferentemente de humanos, a incidência é baixa em cães e, em gatos, extremamente rara, segundo o médico-veterinário Dr. Paulo Jark. Ele relata que, em um estudo com 15 mil cães na Europa, 431 apresentavam doenças prostáticas, sendo que 56 desses tinham neoplasia prostática.

Jark diz que a castração em cães não diminui a incidência de tumores prostáticos. “Essa não pode ser levantada como uma bandeira do Novembro Azul. Os hormônios, em humanos, desempenham papel fundamental no desenvolvimento da neoplasia. Isso não ocorre em cães.”

“Diversos estudos em carcinomas prostáticos caninos não relataram a presença de receptores hormonais. Uma das teorias para isso é que existe a possibilidade dos carcinomas prostáticos em cães se originarem da porção ductal da glândula e não da porção acinar dependente de hormônio”, acrescenta.

De acordo com o médico-veterinário, a detecção precoce está relacionada a melhores taxas de sobrevida. “O grande desafio nos casos de carcinomas prostáticos em cães é que não existem marcadores séricos fidedignos como o PSA de humanos e a palpação retal nem sempre é realizada como deveria nos exames físicos de rotina em clínicas. Aumentos de próstata, principalmente em animais castrados, devem ser investigados de forma mais profunda.”

Jark explica, porém, que os prognósticos são desfavoráveis, já que os tumores são altamente agressivos e detectados tardiamente, com presença de metástase no momento do diagnóstico. O tratamento para os pacientes que apresentam tumores de próstata em estágios avançados incluem terapias paliativas como quimioterapia, analgesia e inibidores como o COX-2. Em casos isolados em que a detecção é precoce e os tumores são pequenos e não metastáticos, a remoção cirúrgica pode ser uma alternativa. Esse, porém, não é o cenário mais frequente no momento do diagnóstico.

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