Médicos-veterinários reforçam vigilância sanitária para garantir segurança alimentar durante o Carnaval

Durante os quatro dias de folia do carnaval, quem está se divertindo ou trabalhando acaba consumindo alimentos e bebidas na rua. Para garantir a segurança alimentar da população, os médicos-veterinários das vigilâncias sanitárias (Visa) reforçam a fiscalização do comércio de produtos de origem animal. O objetivo é prevenir a venda e o consumo de alimentos sem adequações sanitárias, que ofereçam riscos à saúde pública e transmitam doenças ou originem intoxicações alimentares, como a causada pela bactéria Salmonella.

 

Justamente para orientar vendedores e foliões nesse período de festa, os médicos-veterinários das Visas estão nas ruas realizando inspeções nos estabelecimentos fixos e orientando os ambulantes das cidades que sediam as principais concentrações carnavalescas.

 

Rio de Janeiro
No Rio de Janeiro, a médica-veterinária Aline Pinheiro Borges, membro da Comissão de Tecnologia e Higiene Alimentar do Conselho Federal de Medicina Veterinária (Contha/CFMV), coordena a Vigilância de Alimentos da Prefeitura do Rio e explica que as ações prévias estão sendo realizadas no Sambódromo, Terreirão do Samba e Cidade do Samba.

Os fiscais conferem a estrutura física, a recepção, o armazenamento, a manipulação, o fluxo de produção e a comercialização de alimentos e bebidas, bem como o abastecimento de água e esgoto. Além das orientações higiênico-sanitárias necessárias, também apreendem produtos em desacordo com as regras sanitárias.

 

A Vigilância Sanitária do Rio ainda está capacitando 130 ambulantes credenciados pela prefeitura para atuar no entorno do Sambódromo, bem como profissionais que vão manipular alimentos vendidos dentro do local onde desfilam as escolas de samba. A inspeção alcança também quiosques, hotéis e restaurantes na rota de passagem de blocos nos bairros cariocas.

 

A médica-veterinária recomenda que os foliões tenham cuidado com o tipo de alimento e bebida que vão consumir nos dias de festa, observando a procedência e como foi manipulado. “Nesses momentos, é preferível consumir itens industrializados, que tenham menor interferência e manipulação, oferecendo menos riscos à saúde”, afirma Aline.

 

Recife

Em Recife, o Galo da Madrugada costuma reunir mais de um milhão de pessoas nas ruas da capital de Pernambuco. Por lá, a Vigilância Sanitária também já está capacitando os ambulantes cadastrados pela prefeitura.

 

A médica-veterinária Maria Elisa Almeida de Araújo, da Comissão de Responsabilidade Técnica do CFMV (Conret/CFMV), é inspetora da Vigilância Sanitária do Recife e explica que, de 27 de fevereiro a 5 de março, haverá um estande em local estratégico, onde estarão equipes multidisciplinares que realizarão inspeções de alimentos em camarotes, trios elétricos e comércio informal.

 

“O médico-veterinário, além da inspeção dos produtos de origem animal, participa ativamente das atividades relacionadas ao meio ambiente, realizando avaliação da qualidade da água, o destino dos resíduos e a destinação adequada do esgotamento sanitário dos trios elétricos”, garante Maria Elisa.

 

Durante toda a festa do Galo da Madrugada, serão formadas barreiras sanitárias na cidade para apreender e inutilizar produtos clandestinos, evitando que cheguem ao consumidor. “Tudo para garantir alimentos seguros à população, em especial aos foliões, que nesse período vêm de todo o país e de fora também”, lembra.

De acordo com a inspetora, nessa época aumenta o consumo de produtos de origem animal, como queijo de coalho, espetinhos de carne, frango e de salsichão. “O risco de esses produtos serem clandestinos é muito grande. A conservação é fator importante e as condições de temperatura desses alimentos são sempre foco da fiscalização”.

 

A orientação da médica-veterinária é que os foliões consumam os alimentos ainda quentes. “A multiplicação microbiana depende do binômio tempo-temperatura, então, primeiro observem se os alimentos estão bem conservados, prefiram os que não ficaram expostos e tenham acabado de ser cozidos, fritos ou assados em altas temperaturas, pois tendem a sofrer menor contaminação”, explica.

 

Olinda

A animação dos bonecos de Olinda também já mobiliza a Vigilância Sanitária do município para capacitar os ambulantes que vão trabalhar nas ladeiras do Sítio Histórico durante o carnaval.

 

Os inspetores explicam as formas de acondicionamento e manuseio dos alimentos e bebidas, que o local deve estar limpo e organizado e os produtos, devidamente armazenados e lacrados; indicam o tipo de gelo recomendado, com selo de garantia e dentro do prazo de validade. Ainda destacam que os manipuladores de alimentos precisam usar luvas, touca, roupas de cores claras e sem ornamentos.

 

A orientação dos médicos-veterinários da Secretaria de Saúde de Olinda é que os foliões não consumam alimentos e bebidas com procedência desconhecida, observando data de validade, aspecto dos produtos e higienização do ambiente comercializado.

 

Salvador

Na grande festa do axé, o trabalho de inspeção não é diferente dos outros centros carnavalescos do Brasil. A Vigilância Sanitária da Prefeitura de Salvador inicia os trabalhos na quinta-feira pré-carnaval (28/2) e segue organizada para atuar 24 horas nos circuitos do carnaval até a quarta-feira de Cinzas (6/3).

 

A Vigilância Sanitária terá dez praticáveis fixos e espalhados pelos circuitos para otimizar as ações de inspeção. Serão fiscalizadas e notificadas as irregularidades nos trios elétricos, nos carros de apoio, nos camarotes, nos bares, restaurantes e hotéis, além dos comércios informais, como balcões de alimentos, baianas de acarajé e ambulantes.

 

A médica-veterinária Elenaide de Paula Lyra, da Comissão de Alimentos do Conselho Regional de Medicina Veterinária da Bahia, é fiscal de controle sanitário do município e explica que as equipes ficarão nas ruas notificando as irregularidades com relação à infraestrutura, conservação e acondicionamento dos alimentos e das bebidas.

 

“Vamos verificar as condições de higiene no preparo dos alimentos, como é feita a manipulação, se há ponto de água potável, se estão comercializando produtos clandestinos, bebida sem rótulo, fora do prazo de validade, gelo de indústrias clandestinas, mercadoria deteriorada, enfim, o trabalho dos fiscais visa evitar surtos alimentares e intoxicações causadas pelo consumo de produtos sem as adequações sanitárias exigidas por lei”, destaca.

 

Assim como em Recife, os médicos-veterinários e demais profissionais de saúde da Visa de Salvador ficarão atentos à questão ambiental, pois existem pontos certos na cidade durante todo o percurso dos trios para o descarte adequado dos dejetos. A fiscalização estará de olho para que não sejam despejados em vias públicas. “É um trabalho árduo, mas muito gratificante zelar pela saúde dos foliões e também das pessoas que estão trabalhando no carnaval de Salvador”, declara Eleanaide.

 

Brasília

Anos atrás, a capital do país ficava um verdadeiro marasmo no carnaval, mas essa realidade mudou e, neste ano, a expectativa da Secretaria de Cultura é que os bloquinhos de rua animem dois milhões de foliões que vão brincar pela cidade.

 

De acordo com o médico-veterinário Manoel Silva Neto, diretor da Vigilância Sanitária do Distrito Federal, esse é o terceiro ano em que as equipes de fiscais da Visa reforçam as ações de inspeção durante o carnaval e vão às ruas monitorar a oferta de alimentos e bebidas aos foliões de Brasília.

 

Serão montadas três equipes itinerantes, cada uma com três fiscais, que farão plantão de meio dia à meia-noite, inspecionando estabelecimentos fixos, ambulantes e food trucks durante os quatro dias de carnaval. As equipes estarão distribuídas por regiões administrativas, localizadas nas partes sul, centro-sul e norte da cidade.

 

Os fiscais da Visa do DF estão trabalhando em conjunto com os demais órgãos responsáveis pelo monitoramento, controle e manutenção da ordem, como Ministério Público, Polícias Civil e Militar, Corpo de Bombeiros, Defesa Civil e DF Legal.

 

Para quem for consumir produtos em food trucks, Silva Neto recomenda que observem se o veículo possui a licença da Vigilância Sanitária, que deve estar afixada em local de fácil visualização. Já no caso de ambulantes, é preciso ficar atento se o vendedor possui cadastro da Secretaria de Cidades.

 

“Nossa recomendação aos foliões é que bebam muita água, de preferência mineral e de recipiente lacrado, seja garrafa ou copo, e, para não acabar com a festa antes da hora, que evitem consumir alimentos que despertem qualquer desconfiança sobre sua procedência”, alerta Silva Neto.

 

Fonte: Assessoria de Comunicação do CFMV

 

 

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