Julho amarelo abrange a conscientização do câncer ósseo

No mês de julho a área da saúde traz à tona a conscientização do câncer ósseo. Entre os desafios clínicos diários na medicina veterinária estão as neoplasias ósseas. Elas representam aproximadamente 5% de todos os tumores que acometem cães e gatos, principalmente nos caninos de grande porte, sendo que os machos são mais predispostos a essa neoplasia.

O osteossarcoma (OSA) é o tumor ósseo primário mais observado em cães, conhecido como sarcoma osteogênico. O professor e coordenador de pós-graduação em Oncologia Veterinária na Qualittas, Carlos Eduardo Rocha fala que apesar da origem do osteossarcoma permanecer desconhecida, os estudos observados nos casos clínicos apontam que os animais de maior porte são mais propensos ao tumor ósseo.

“Uma teoria simples é baseada na evidência de que o OSA tende ocorrer nos ossos que sustentam os maiores pesos e em sítios adjacentes às fises de fechamento tardio e que animais de grande porte são predispostos a pequenos e múltiplos traumas nas regiões metafisárias, nas quais são de maior atividade celular”, explica.

O osteossarcoma se desenvolve em 75% em ossos longos – fêmur, tíbia, fíbula, úmero – sendo conhecido como OSA apendicular, e os outros 25% prosperam no crânio e esqueleto axial. Segundo Rocha, uma das causas do desenvolvimento do osteossarcoma é a radioterapia utilizada em tratamento de outras oncopatias.

O professor de Oncologia ressalta os principais indícios para o diagnóstico da neoplasia óssea. “Aqueles animais que se enquadram no grupo de risco, como os de grande porte, os que sofreram traumas ósseos e os que tiveram a resolução de fraturas através de placas, parafusos ou implantes metálicos, devem ser avaliados constantemente. Sinais clínicos como edema em membros e claudicação deverão ser prontamente diagnosticados.”

No tratamento de tumores ósseos, o primeiro desafio clínico é estabelecer um diagnóstico preciso. A intervenção cirúrgica recomendada nos casos de osteossarcoma apendicular em cães é a amputação do membro afetado. “A dor intensa causada pela enfermidade é uma das principais causas do aumento da morbidade e do sofrimento do animal. Amputa-se para evitar que o animal sofra com essa intensa dor”, explica Carlos Eduardo.

Embora seja incomodo reportar aos tutores, é imprescindível o médico-veterinário orientar das consequências da amputação, pois de 70% a 90% dos cães que desenvolvem a metástase pulmonar, até um ano de cirurgia, tem uma sobrevida média de seis meses.

“Animais de pequeno e médio porte se adaptam muito bem com a amputação, já os de grande porte, o procedimento cirúrgico deve ser muito bem avaliado, pois existe a possibilidade desses animais não conseguirem mais se manter em pé devido à sobrecarga nos demais membros, principalmente nos pélvicos”, informa.

Contudo, a cirurgia raramente resulta em cura quando realizada isoladamente. A quimioterapia é necessária para diminuir a carga total do tumor, prolongar o intervalo livre da doença e melhorar a qualidade de vida do paciente.

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