Especial Dia Internacional da Mulher

da redação

Hoje é comemorado o Dia Internacional da Mulher, data marcada por muitas lutas em busca de igualdade. Em 8 de março de 1910, uma conferência internacional feminina sediada na Dinamarca discutiu assuntos de interesse das mulheres e decidiu que a data seria uma homenagem às operárias de uma fábrica têxtil que foram queimadas vivas após uma manifestação por melhores condições de trabalho, diminuição da carga horária de 16 para 10 horas e salários iguais aos dos homens.

Registros indicam que a primeira mulher a se diplomar em medicina veterinária foi Nair Eugenia Lobo, que formou-se em 1929 pela Escola Superior de Agricultura e Medicina Veterinária do Rio de Janeiro.

Em São Paulo, a primeira médica veterinária graduada foi Virginie Buff D’Apice, no ano de 1930. Formada pela Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo, Virginie foi professora e diretora técnica da biblioteca da FMVZ-USP, elaborou o primeiro projeto do Código de Deontologia e Ética Profissional – o qual foi apresentado no V Congresso Brasileiro de Medicina Veterinária na cidade de São Paulo e, 1950 – e foi fundadora e primeira presidente da “International Women Auxiliary to the Veterinary Profession” e da “Associação Brasileira das Senhoras dos Médicos Veterinários”.

Fernanda diz já ter sofrido preconceito por ser mulher veterinária

Atualmente, mulheres ainda lutam para conquistar o seu espaço e exercer os seus direitos de maneira igual e justa. No campo da medicina veterinária não é diferente, como contou Fernanda Martins, veterinária e coordenadora educacional do Instituto Qualittas, que relatou já ter sofrido preconceito quando era estagiária. “Na época em que fiz faculdade, em meados dos anos 90, existia um certo preconceito com mulheres veterinárias que preferissem tratar de grandes animais. Durante meu estágio supervisionado em uma fazenda de gado leiteiro pude perceber o quanto a mulher era discriminada. Os peões não aceitavam ordens de mulher e sempre procuravam mostrar que sabiam mais que a gente”, conta.

Ainda assim, Fernanda agia com humildade e entendia a atitude deles. “Os peões têm prática e nada de teoria, mas por dentro eles são os maiores entendedores no assunto”.

Após seu período de estágio e algum tempo depois que se formou, a veterinária passou a trabalhar em clínica. Mesmo durante a sua gestação, Fernanda não largou o batente e trabalhou até dois dias antes de sua filha nascer. Dois meses depois, ela já estava de volta ao trabalho. “Tive o privilégio de levar minha filha para a clínica, pois ainda amamentava. Foi assim até que ela completasse 7 meses e fosse para a escolinha”, lembra.

Mônica dividia sua rotina entre estudar, trabalhar e cuidar do filho

Mesmo na barriga da mãe, Lucas acompanhava Mônica Garbellini – Coordenadora do Portal EAD do Instituto Qualittas – nas suas aulas de medicina veterinária durante a faculdade. Após seu nascimento, a mãe vivia uma jornada dividida em estudos, trabalho e cuidados do bebê. “Estudava pela manhã e trabalhava a tarde como promotora de pet shop. Costumava estudar nos cantinhos das lojas quando não tinha cliente para não perder o ritmo. Já à noite, chegava em casa e dava ‘mamá’ para o meu filho, às vezes com o livro ainda nas mãos.”, recorda-se.

Não era uma época fácil para a jovem mãe solteira. Mônica acordava durante a madrugada para alimentar o filho e aproveitava o período sem sono para estudar os conteúdos que não conseguia revisar durante o dia. “Eu não podia perder meu tempo. Quando você passa pela experiência de ser mãe e pai é preciso ser objetivo e realista para seguir seu sonho e não parar no tempo”.

A delicadeza é outra característica que auxilia no dia a dia da médica veterinária. “A mulher trabalha com o sentimento, emoção. O carinho e o tato são mais delicados. Vivo a dor dos meus pacientes. A área de saúde é muito pesada, pois lidamos diretamente com a vida. Por isso, devemos ter mais sutileza para entender e lidar com estas situações”, revela Mônica. Sobre suas escolhas, Fernanda não se arrepende e é categórica sobre o assunto. “Acho importante que trabalhemos com satisfação. É preciso fazer o que gosta e ser feliz unindo sua carreira à sua vida pessoal”.

Determinação é a característica que une estas mulheres às 3.5 bilhões outras de todo o planeta, que nesta sexta-feira são homenageadas. É por isso que nós do Instituto Qualittas desejamos a todas vocês um dia muito especial.

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