Nos últimos cinco anos, a Anestesiologia Veterinária está em ascensão de forma significativa, acompanhando a evolução dos procedimentos cirúrgicos e o mercado veterinário.
A melhor explicação para essa constante é a grande evolução técnica farmacológica dentro da especialidade e o investimento em segurança, exigência de ferramentas e equipamentos cada vez mais precisos, como monitorações mais invasivas.
“O anestesista que entra no mercado, precisa pensar que, além do investimento em conhecimentos, como fazer uma Pós-Graduação, é essencial adquirir equipamentos para se destacar”, diz o professor e diretor do curso de Especialização em Anestesiologia Veterinária da Faculdade Qualittas, Eduardo Hastchbach.
Cada vez mais requisitado, o médico-veterinário anestesista é chamado para diversas áreas, realizando exames exploratórios, pesquisas ou para cirurgias complexas. “Atualmente, existem várias áreas de atuação, desde à docência, pesquisa, como trabalhar em hospitais veterinários, até biotérios, com animais de laboratórios. Um campo que vai além da medicina veterinária, podendo atuar numa faculdade de medicina humana. Hospitais humanos contratam veterinário anestesista para anestesiar suínos, pois o animal se assemelha ao homem”, destaca o coordenador.
Além de anestesistas contratados, de clínicas e hospitais, existem os anestesistas volantes, os chamados veterinários autônomos, que podem atuar terceirizando seu serviço de anestesia.
“O anestesista pode atuar com grandes animais, como bovinos, equinos, e na área de silvestre e mamíferos selvagens, chamados pets não convencionais, como aves, répteis, coelhos e chinchila, fugindo do padrão de cães e gatos”, pontua o especialista.
Conhecimento técnico de qualidade
Com a missão de disseminar conhecimento técnico de qualidade aos alunos para se destacarem no mercado, a Faculdade Qualittas oferece a Pós-Graduação de Anestesiologia Veterinária. “É uma das pós em anestesiologia de maior carga horária no mercado, pois é focada em pequenos animais, mas com módulos com base em formação em animais de laboratórios, como répteis e aves, e grandes animais e mamíferos selvagens, tendo capacidade para atuar em diversas áreas”, descreve o coordenador do curso.
Desafios da escolha
Mas a especialidade também carrega desafios. Isso porque, apesar de viabilizar o atendimento médico e acabar com o sofrimento do animal, a anestesia possui riscos, podendo até mesmo levar a óbito, o que gera muitos quadros de depressão como a Síndrome de Burnout. “Só não dá para se aventurar nesta área porque é muita responsabilidade, pois não permite erros, descuido, pois um erro pode ser fatal para o nosso paciente”, diz Hastchbach.
Evolução farmacológica: menos é mais!
É essencial que o profissional que atua na área saiba identificar a melhor estratégia anestésica para cada paciente, de forma única. Isso inclui o manejo de equipamentos de apoio, a administração da substância escolhida, o monitoramento do estado do paciente durante o procedimento e a eventualidade de uma interrupção quando necessário. “Hoje, o que temos usado muito na anestesiologia é associar diversos fármacos em diversas etapas na anestesia, usando um conceito que gosto: do menos é mais. Menos doses, com mais associações e com melhores efeitos. Isso torna a anestesia mais estável e segura”, explica o professor em Anestesiologista da Faculdade Qualittas, Rafael Neves.
Segundo Neves, o foco sempre será o paciente. “Tenho recursos farmacológicos e técnicos para anestesiar as mais diversas situações, desde um animal idoso, cardiopata, com problema renal e hepático. Tudo com uma anestesia segura e de qualidade”, diz.
Sendo assim, estudar muito é um dos pré-requisitos para um anestesista para que ele possa levar aos seus pacientes o que há de melhor. “Existe uma grande evolução técnica farmacológica dentro da anestesia veterinária. Cada paciente merece uma atenção especial e um protocolo anestésico”, diz Neves.
Para Neves, todo avanço tecnológico da área contribui para a estabilidade e qualidade anestésica, como com os monitores multiparamétricos, bomba de infusão, tudo trabalhado em conjunto com os fármacos. “Hoje, existem alguns fármacos novos, mas não muitos. Aprendemos a entender os que já existem e melhorar o seu uso, como fármacos sintéticos, que possuem menos efeito colateral”, diz o professor.
Técnicas avançadas
Entre as técnicas que foram introduzidas, destaque para a anestesia total intravenosa, onde não se envolve mais anestésico inalatório. “O paciente recebe a anestesia pela via intravenosa e controlamos por ventilação mecânica. E controlo todo o processo e o animal fica na minha mão. Consigo uma estabilidade segura e de qualidade”, completa Neves.
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