Casos de raiva bovina são registrados no sul

A prefeitura de Garopaba, município ao sul do litoral de Santa Catarina, confirmou dois casos de raiva bovina na cidade. As mortes dos animais ocorreram em propriedades rurais na região Norte, nas comunidades do Morro do Fortunato e Areias de Macacu. Outros animais e a população da área suspeita foram vacinados.

Todo o trabalho de pesquisa e coleta foi feito pela Secretaria de Agricultura e Pesca do município e Cidasc. “As amostras foram coletadas no mês de junho e o resultado nós recebemos em meados do mês de julho. Esse trabalho iniciou após suspeita do nosso veterinário em visitas nas propriedades durante atendimentos”, Comenta o secretário Júnior Gonçalves.

Leonardo Moreira Lima, veterinário da Municipalidade, avisa que os casos suspeitos já foram identificados e comunicados à Cidasc. Segundo ele, três coletas de encéfalo foram feitas e levadas para um laboratório, todas de bovinos. Em duas os resultados já vieram e foram apontadas como positivo.

“A população não deve se alarmar. O que deve ser feito é a prevenção de novos casos em animais domésticos através da vacinação contra raiva e controle dos morcegos hematófagos pelo serviço veterinário oficial”, informa Moreira.

Os casos
Os dois confirmados foram registrados na região Norte do município e um deles em Areias de Palhocinha. No entanto, o produtor relatou ao veterinário que havia comprado o animal no Macacu.

“No Morro do Fortunato eu fui fazer a consulta na propriedade. Na ocasião o produtor relatou que havia trazido o bovino do morro e que tinha fornecido dieta em cocho o que poderia ter intoxicado. Porém, informei que o animal continha mordeduras sugestivas de morcegos na região do pescoço e que o animal poderia estar com sinais clínicos iniciais de raiva. O produtor confirmou que havia morcegos na propriedade”, conta Leonardo.

Alguns dias depois o animal morreu e Leonardo, juntamente com uma médica veterinária da Cidasc, realizaram a coleta que deu positivo pra doença. No segundo caso, em Areias de Macacu, mais um animal com sinais clínicos de raiva. Porém, o produtor comentou que não havia percebido se algum morcego ou outro animal havia atacado sua vaca.

“Pelo risco de transmissão do vírus ao produtor ou alguém que viesse a mexer com a vaca, alertei veementemente que poderia ser caso de raiva e que não era para administrar remédios por conta”, comenta Leonardo.

Dias depois o animal morreu e os veterinários fizeram a coleta para análise, que também foi positivo.

A terceira amostra foi de um animal que estava em Areias de Palhocinha, mas segundo produtor, o animal estava na propriedade há poucos dias e havia comprado na região Norte.

Além do Leonardo, as médicas veterinárias da Cidasc: Angela Zimmermann e Dayane dos Santos também acompanharam os casos e participaram das coletas. A veterinária autônoma Carmen Luisa Noal Henrique acompanhou o caso no Morro do Fortunato.

Precaução
Com as suspeitas, a Secretaria de Agricultura e Pesca do município informou a Secretaria da Saúde sobre os casos e sobre as pessoas que tiveram contato com os animais suspeitos.

De acordo com o responsável pelo Controle de Zoonoses da Vigilância Epidemiológica do município Eduardo Peres, Todas as pessoas que tiveram contato com os animais foram vacinadas. Outros animais da região – cães e gatos – também receberam duas doses de vacina contra raiva. “Seguimos todos os procedimentos do protocolo exigido pelo SUS”, comenta.

Agora o alerta é para que a população tome cuidado com os morcegos hematófagos, que são hospedeiros do vírus, evitando o contato do animal com pessoas e animais domésticos. “Outro destaque é que em caso de acidentes com mordedura, lambedura ou arranhadura com animais suspeitos, as pessoas procurem uma unidade de saúde”, alerta Eduardo.

Já o veterinário Leonardo Moreira Lima, que é mestre em ciências veterinárias, ressalta a importância dos produtores mantenham a sanidade do rebanho, incluindo a vacina antirrábica. A mesma recomendação serve para animais de estimação – cães e gatos.

“É importante que os produtores nos comuniquem para que possamos notificar a Cidasc sobre os casos de ataques de morcegos aos seus animais. Esses dados servem para que seja feito o controle populacional de morcegos hematófagos”, destaca Moreira.
A Raiva
A raiva é uma doença transmissível que atinge mamíferos como cães, gatos, bois, cavalos, macacos, morcegos e também os humanos. A doença é causada por um vírus que ataca o sistema nervoso central, levando à morte após pouco tempo de evolução.

A transmissão da raiva ocorre quando a saliva do animal infectado entra em contato com pele ou mucosa por meio de mordida, arranhão ou lambedura do animal. Os sintomas da raiva variam conforme a espécie, quando acomete animais carnívoros, eles se tornam agressivos e, quando ocorre em animais herbívoros às manifestações são de paralisia. Em caso de agressão por animal, deve-se procurar o serviço de saúde mais próximo. Qualquer suspeita de raiva em animais sejam eles cães, gatos, bovinos ou outros, deve ser procurado um veterinário, e o mesmo com a suspeita, deve informar a vigilância epidemiológica do município.

(Fonte: Notícias Infoco)

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