Apresentação de bebê ao pet deve ser feita com cautela

Em uma casa onde se convive com pets, principalmente gatos e cães, pode não ser uma tarefa fácil apresentar um novo integrante da família, como um bebê, aos animais de estimação. Mas é possível tornar a convivência entre eles algo saudável, bem como fazer com que as mudanças dentro de casa causem o menor impacto, principalmente nos pets.

De acordo com a veterinária comportamentalista e palestrante convidada da Pós-Graduação em Etologia Clínica Veterinária do Instituto Qualittas, Simone Moreira Bergamini, a chegada de uma criança é motivo de estresse para o animal, pois modifica muito a rotina da família e, com os novos afazeres domésticos, os tutores passam a ter menos tempo para se dedicar a ele. Além disso, “algumas mudanças podem ocorrer, pois não será mais permitido ao animal entrar em ambientes nos quais eles estavam acostumados, como o quarto e a cozinha, por exemplo; pode ocorrer, também, a diminuição do número de passeios ou o tempo de duração do passeio; haver mais movimentação de pessoas na casa, como também a presença de novos objetos que antes eram inexistentes, como carrinhos de bebê e móveis”, explica.

Apesar de gerar estranhamento nos animais, há medidas que podem ser tomadas antes do bebê chegar e evitar desconfortos. No caso dos cães e gatos, eles devem ser apresentados aos novos objetos para que não seja um motivo de estresse ou medo. Outro ponto é aumentar o número de zonas de repouso do animal para que ele possa se isolar quando quiser. Quanto aos gatos especificamente, a professora Simone Bergamini orienta para que a rotina não seja modificada e que o animal não fique impedido de entrar no quarto do bebê ou em outros ambientes.

Ainda dentro da fase de adaptações antes da chegada do bebê na casa, se o tutor permite que o pet durma na própria cama, a veterinária comportamentalista explica que não é necessário retirá-lo de lá, caso a criança irá dormir em um berço. No entanto, se o tutor sentir necessidade dessa mudança, a recomendação é que escolha e adapte o animal ao novo ambiente vários meses antes do bebê chegar. Uma boa dica, neste caso, é brincar e fazer carinho no cão ou gato no novo local onde deverá dormir, pois isto o ajudará a associar o novo ambiente de repouso a um lugar tranquilo e agradável.

Quando a criança já estiver em casa, não existe um tempo certo para o período de adaptação do animal junto a ela. Para apresentar o bebê ao animal, no caso dos cães, Simone Bergamini sugere que uma pessoa leve o cão para passear e, no ambiente externo, ele encontre a família (mãe e criança) para juntos fazerem um pequeno passeio. “Dessa forma, o animal conhecerá a criança em um ambiente neutro e em um momento de tranquilidade para ele”, afirma. É importante levar em consideração, também, se o animal foi socializado com crianças, qual o porte dele, uma vez que se for grande e muito agitado poderá machucar o bebê. A idade também é considerável, já que pode apresentar problemas de saúde que dificulte a interação, e problemas de saúde pré-existente. Quanto aos gatos, a criança não deve ser colocada em cima deles, como vários pessoas costumam fazem, afinal “o gato é um animal curioso e, quando se sentir seguro, espontaneamente, se aproximará para conhecer o bebê”, explica.

Apesar de todos esses cuidados é muito importante prestar atenção aos sinais que o animal emite quanto ao fato de estar aceitando ou não a convivência com o bebê. Para isso, Simone Bergamini avisa que “os pais serão sempre os mediadores dessa relação criança-animal e os filhos não devem ser deixados sozinhos com o cão ou gato, mesmo que seja um animal tranquilo e não agressivo. Se o animal não for socializado com crianças ou teve pouco contato com crianças, pode não reconhecer o recém-nascido como um ‘filhote’ do homem e achá-lo mais parecido com um brinquedo que se move e faz barulho, podendo gerar acidentes”. Tomando os devidos cuidados é possível ter uma relação bem orientada e fazer com que crianças e animais se tornem grandes amigos.

 

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