Na pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Inseminação Artificial (ASBIA), em 2017, mais de 12 milhões de doses de sêmen bovino foram comercializadas, que representa um aumento de 3,5% comparadas a 2016. As estatísticas mostram também um acréscimo de 15,4% nas exportações do material genético, ou seja, aproximadamente 341 mil doses de raças de corte foram vendidas para os países como Paraguai e Bolívia.
A ASBIA estima-se que 85% nas inseminações feitas em 2016 foram realizadas por decorrência da biotecnia de Inseminação Artificial de Tempo Fixo (IATF). Contudo, a boa recuperação do mercado brasileiro de sêmen indica investimentos para melhorias genéticas e exigindo assim, por mais profissionais especializados em reprodução bovina e suas biotecnologias.
Para o professor de reprodução bovina, Angelo Gardim de Cesare afirma que a técnica de IATF é fundamental para o mercado reprodutivo, pois a cada ano as pesquisas de campo aprimoram os resultados que a técnica pode proporcionar na atividade pecuária. “Na fazenda-escola da Qualittas são apresentados os resultados dos trabalhos realizados em campo e discutido as dificuldades, método de trabalho, os resultados e estratégias para maximizarmos o uso da IATF. Dessa forma tanto a pecuária de corte, como a de leite, poderão colher os benefícios relacionados ao aumento na taxa de concepção, diminuição do intervalo entre partos e entre tantos outros”, explica.
A fazenda-escola Qualittas, localizada em Cuiabá/MT, os profissionais têm acesso aos resultados de análises produzidos com total integridade das informações e sem influência de tendências ou mercados através de métodos tecnológicos, como o exame andrológico e ginecológico.
Na andrologia, o médico-veterinário tem a possibilidade de realizar análise testicular com ultrassonografia, para que possa verificar a integridade do tecido testicular e definir os animais que possuem maior tendência de apresentar qualidade espermática superior.
“A discussão sobre métodos de análise computadorizada de espermatozoides e a utilização de eletroforese para identificação de proteínas plasmáticas, no qual levam os animais a terem maior fertilidade, enriquece o aprendizado e fornece ao médico-veterinário o diferencial no mercado de trabalho”, informa Gardim, quanto ao conteúdo programático prático que ocorre na fazenda-escola.
Para a eficiência reprodutiva das fêmeas bovinas, busca-se a diminuição do período de serviço à concepção, com o uso de imagens monitoradas pela ultrassonografia. “O diagnóstico precoce e a utilização de ultrassonografia com Doppler colorido possibilitam o diagnóstico ultra-precoce. A possibilidade de diagnosticar com alta acurácia entre 90 a 95% as vacas não gestantes, no período de 17 a 22 dias pós-inseminação, permiti a utilização de novas estratégias para ter um intervalo de inseminação menor dentro de uma estação reprodutiva”, conclui Gardim.