Curso de Medicina Veterinária à distância é cancelado após mobilização

O Centro Universitário Unifacvest, de Santa Catarina, cancelou o curso de graduação de Medicina Veterinária à distância após repercussão negativa na internet e em meios de comunicação oficiais por parte de uma mobilização promovida pelos Conselhos Federal e Regionais de Medicina Veterinária (Sistema CFMV/CRMVs) e que contou com o apoio do Instituto Qualittas.

Esse foi o primeiro curso do tipo oferecido no Brasil. No ano passado, o Conselho Nacional de Saúde (CNS) publicou a Resolução nº 515 onde posiciona-se contra a autorização de qualquer graduação à distância na área de saúde. Em junho de 2016, o CFMV também publicou a Resolução nº 1.114, que estabelece que algumas disciplinas dos cursos de graduação em Medicina Veterinária devem ser ministradas exclusivamente sob a modalidade presencial.

Com a repercussão, após divulgação do registro do curso no sistema eletrônico do Ministério da Educação (MEC), o CFMV enviou um ofício ao Ministério da Educação pedindo esclarecimentos sobre a autorização do curso na modalidade de ensino à distância, mas que até o momento não obteve resposta.

O sistema e-MEC registrava 500 vagas autorizadas para um curso de carga horária de 4 mil horas na modalidade à disntância, com previsão para iniciar neste semestre. De acordo com informações fornecidas pela Secretaria do Centro Universitário, o curso seria oferecido em três cidades, com um número limitado de aulas presenciais por semana e a maior parte do conteúdo ministrado via plataforma online. A instituição havia definido o curso como “semipresencial”, uma modalidade que é reconhecida pelo MEC para cursos com, no máximo, 20% da carga horária oferecida à distância.

O Prof. e PhD Felipe Wouk, presidente da Comissão Nacional de Educação da Medicina Veterinária (CNEMV/CFMV), ressalta que o CFMV reconhece progressos no emprego da metodologia do ensino à distância como parte de um processo de ensino, mas que há limitações no seu alcance para a formação teórico-prática de um médico-veterinário, podendo gerar riscos à vida humana, animal e ao meio ambiente.
“Para formar um médico-veterinário deve haver uma tutoria presencial e muito próxima em laboratórios, clínicas, hospital, fazenda e outros espaços. Um curso totalmente à distância não permite esta condição”, ressalta Wouk.
(Fonte: Assessoria de Comunicação do CFMV)

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