Carne de cavalo é encontrada em produtos Nestlé vendidos na Europa

Produtos Nestlé foram recolhidos pela marca na Espanha e Itália após traços de DNA de cavalo terem sido detectados com um valor superior a 1%. Em decorrência a este fato, a Nestlé divulgou comunicado que decidiu suspender a distribuição de todos os produtos que contenham carne fornecida pela empresa alemã H. J. Schypke, subcontratada da Nestlé JBS Toledo NV, que, por sua vez, é subsidiária do grupo brasileiro JBS.

Segundo a nota da Nestlé, o nível de traços de DNA de cavalo encontrados nas massas Buitoni Beef Ravioli e no Beef Tortellini está 1% acima do que a Agência de Padrões alimentícios do Reino Unido (FSA) considera um indicador de adulteração ou grave negligência.

O grupo, através de comunicado, negou que tenha fornecido carne produzida pela Schypke à Nestlé e outras empresas na Europa. A JBS disse, ainda, que não tem qualquer relação societária ou operacional com a empresa alemã e que tomará as providências legais cabíveis para assegurar que não sofrerá qualquer prejuízo por conta do ocorrido.

Sobre a carne de cavalo

Apesar da polêmica acerca do assunto, a carne de cavalo é nutritiva, de acordo com a nutricionista Daniela Serwy. Segundo ela, esta carne possui pouca gordura e acredita que o motivo do baixo consumo no Brasil seja por questões culturais, falta de hábito e acesso difícil. . “A carne de cavalo possui, em princípio, todas as qualidades das outras carnes comestíveis, como a de boi, peixe, frango etc. É rica em proteínas de primeira qualidade e vitaminas do complexo “B”. Entretanto, o teor de ferro na carne de cavalo é mais que o dobro do contido nos cortes bovinos, o que seria recomendável para atletas, crianças, grávidas e pessoas com anemia”, afirma.

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Além da carne, outras partes do corpo do cavalo também podem ser reaproveitadas, como o sange e os ossos, que são usados para a produção de farinha de ração, bem como a crina, que serve para fabricar pincéis.

O uso de carne de cavalo ao invés de carne bovina em alimentos comercializados em diversos países europeus, como Alemanha, França e Reino Unido, tem sido pauta nas últimas semanas e, por conta disso, o CFMV divulgou em seu site oficial uma nota sobre o assunto.

Confira abaixo:

CFMV FALA SOBRE CRISE DA CARNE DE CAVALO NA EUROPA E ALERTA PARA INSPEÇÕES NO BRASIL

Devido à fraude da carne de cavalo que assombra a Europa há alguns dias, a União Européia solicitou que as autoridades sanitárias do Velho Continente intensificassem as fiscalizações. O episódio repercutiu em todo o mundo e trouxe à tona uma dúvida para muitos brasileiros: é possível que a população do nosso país também esteja consumindo carne de cavalo imaginando ser bovina? Até agora, absolutamente nada foi verificado nesse sentido. Porém, para o presidente do Conselho Federal de Medicina Veterinária, Benedito Fortes de Arruda, o ocorrido no Reino Unido, França e Suécia deve servir de alerta ao Brasil.

 

O presidente do CFMV esclarece que embora não haja restrição alimentar à carne de cavalo, já que ela pode ser consumida pelo ser humano, é fundamental que todo o processo de abate e produção seja inspecionado pelo Médico Veterinário, da mesma forma que ocorre com a suína, a bovina e a de aves. No entanto, Arruda endossa uma antiga recomendação do CFMV. “É mais que necessário reforçar o número de Médicos Veterinários no quadro dos órgãos de inspeção municipais, estaduais e federais, além de abatedouros e matadouros. Esse profissional é o agente promotor da qualidade dos alimentos de origem animal, sendo o único capacitado e preparado a fazer inspeções em frigoríficos e abatedouros”, defende.

 

Hoje, de acordo com o presidente do CFMV, o contingente de Médicos Veterinários está muito aquém do necessário para a eficiência do Serviço de Inspeção Oficial, colocando em risco a saúde da população. “O Médico Veterinário exerce papel fundamental e imprescindível, pois tem conhecimento cientifico necessário para desempenhar, com competência, as atividades em todas as etapas da cadeia produtiva da carne, desde a criação, passando pela inspeção – antes e depois do abate -, manipulação, industrialização, armazenamento, transporte e conservação nos postos de vendas, garantindo, assim, a qualidade sanitária dos produtos de origem animal”, acrescenta.

Produção brasileira

O Brasil é um grande produtor mundial de proteína animal e tem no mercado interno seu principal destino. A produção brasileira de carnes (bovina, suína e de aves) em 2012 foi estimada em 25,1 milhões de toneladas. Cerca de 75% dessa produção é consumida internamente no país. Segundo dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, o consumo per capita de carnes no Brasil tem aumentado ao longo dos anos, chegando a 36 kg para carne bovina; 47,1 kg de carne de aves e 14,8 kg de carne suína.

Fontes: Exame.com, G1, CFMV e Revista Mercado

 

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