A paralisação dos transportes apresenta impactos na saúde pública, ambiental e econômica

Segundo dados do Plano Nacional de Logística, o Brasil possui um sistema de transporte de cargas rodoviário que representa 65%. Essa dependência de transportadoras ocasionou transtornos na distribuição de alimentos no território brasileiro quando os caminhoneiros interromperam suas atividades devido ao preço do diesel.

A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) informou que por falta de condições de transporte pelas rodovias brasileiras, milhares de toneladas de alimentos estão ameaçadas de perderem prazo de validade, enquanto o consumidor enfrenta escassez dos produtos.

A canibalização e a falta de condições minimamente aceitáveis de espaço e quantidade de ração resultaram na mortandade de 64 milhões de aves adultas e pintainhos, e um número maior deverá ser sacrificado em cumprimento às recomendações da Organização Mundial de Saúde Animal e das normas sanitárias vigentes no Brasil. Um bilhão de aves e 20 milhões de suínos estão em risco.

Os volumes de animais mortos estão lotando as compoteiras nas propriedades, aumentando o risco ambiental e de saúde pública. Além de faltar uma regulamentação na remoção e destinação dessas carcaças, de acordo com o médico-veterinário Diego Sartori, especializado em Higiene e Inspeção de Produtos de Origem Animal, o descarte desses animais é um fator preocupante devido à paralisação. “Os insumos necessários para a mitigação da contaminação de solo e lençóis freáticos não estarão disponíveis, pois grande parte de sua distribuição se dá pelo o transporte rodoviário”. Para a EMBRAPA é imprescindível uma análise para identificar e quantificar possíveis riscos de contaminação para outros rebanhos nessa catástrofe.

Os reflexos sociais, ambientais e econômicos são incalculáveis. A ABPA registrou 167 plantas frigoríficas de aves e suínos paradas. Mais de 234 mil trabalhadores tiveram suas atividades suspensas. A Viva Lácteos (Associação Brasileira de Laticínios) contabilizou um prejuízo de R$ 1 bilhão e o descarte do volume de leite chega ser mais de 300 milhões de litros.

Nas próximas semanas e meses, as carnes suínas, de frango e os ovos poderão se tornar significativamente mais caras ao consumidor. Com menor oferta desses produtos, mas com a mesma carga tributária, mesmo custo operacional e possível alta nos insumos para a produção industrial, ficará mais oneroso de produzir. Estima-se que os custos para a recuperação da normalidade do processo deverão ser 30% acima do anteriormente praticado, e o setor de laticínios prevê um período de um mês para voltar à sua normalidade.

(Fonte: ABPA/ Viva Lácteos/ EMBRAPA)

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