Ex-aluno Qualittas participa de resgate de animais no distrito carioca de Xerém

da redação

No início deste ano, o distrito de Xerém – localizado na baixada fluminense – foi atingido por fortes temporais, que destruíram casas e desabrigaram centenas de famílias. Outras vítimas diretamente atingidas pelas tempestades são os animais da região. Cães e gatos vagam sem destino pelo distrito, carentes de cuidados.

Foi pensando no bem estar destes animais que o veterinário Roberto Stevenson, ex-aluno Qualittas da pós-graduação em clinica médica e cirúrgica de animais selvagens e exóticos e morador de Campinas/SP, arrecadou doações e partiu para Xerém. O veterinário esteve no distrito participando de resgates, tratando animais doentes e feridos e os alimentando.

 

Segundo ele, a idéia de viajar para o distrito carioca surgiu quando viu notícias sobre os incidentes no local. “quando vi nos noticiários que havia ocorrido enchentes e deslizamento de terra em Xerém que afetaram a população e os animais. Vi também um pedido de socorro por parte dos protetores dos animais moradores do Rio de Janeiro”, conta Stevenson.
Esta não é a primeira vez que o veterinário participa de uma ação deste tipo. No ano passado, o veterinário esteve presente na cidade mineira de Guidoval, na mesma época, quando o local foi vítima de desastres naturais e onde realizou as mesmas atividades de socorro.

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“Resgatei os animais que se encontravam presos nas casas ou que não abandonaram seus lares mesmo após a tragédia. Também resgatei animais que estavam andando sem rumo pela cidade, realizei tratamento clínico e vermifugação nos animais doentes e machucados, forneci e distribuí rações para os animais e orientei os seus proprietários”.

Roberto trabalhou em um posto improvisado com outros médicos veterinários e protetores de diversas ONGs do Rio de Janeiro. As equipes de resgate foram formadas conforme interessados expressavam sua vontade de ajudar. “Não realizamos nenhum tipo de processo para formar uma equipe. As informações foram jogadas na mídia, no Facebook e quem quisesse ir apenas teria que avisar. Eu não tenho uma equipe, então entrei em contatos com as ONGs que eu tive conhecimento que iriam para lá e fui junto”, explica o veterinário.

Numa jornada diária de 12 horas, Stevenson trabalhou em um ambiente devastado e teve a oportunidade de conhecer outras pessoas que, como ele, possuem uma vontade incondicional de ajudar. “É uma calamidade, né? As pessoas não têm mais nada: nem roupa, nem casa, nem comida… Então, os animais acabam sendo deixados de lado. Ainda assim, encontrei muitos que se preocupavam com eles. O povo foi muito solidário e presenciei ações lindas de união e ajuda ao próximo, que normalmente não vemos em situações normais do cotidiano”.

Roberto contou, ainda, sobre o caso que mais o marcou durante os resgates. “Uma casa havia sido totalmente soterrada, mas em meio ao monte de terra havia um cão cavando sem parar. Ele estava visivelmente desesperado e chorava um pouco. Um agente civil me perguntou se o cão estava fazendo o que ele estava imaginando e eu deduzi que sim: ele cavava para encontrar seu dono. Então recolhi o cão para que os agentes civis pudessem inspecionar o local e, de fato, o dono estava em baixo de toda a terra. O cão achou que pudesse salvá-lo cavando. Este amor pelo dono me marcou muito”, emociona-se.
A viagem de Roberto durou 5 dias e o médico veterinário pôde retornar para Campinas no sábado (12), após salvar dezenas de animais, pois outros veterinários apareceram no local.

Confira abaixo outras fotos do acervo pessoal do veterinário.

 

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